domingo, agosto 06, 2006

Porto sentido




Quem vem e atravessa o rio
junto à Serra do Pilar
vê um velho casario
que se estende até ao mar

Quem te vê ao vir da ponte
és cascata, são-joaninha
dirigida sobre um monte
no meio da neblina

Por ruelas e calçadas
da Ribeira até à Foz
por pedras sujas e gastas
e lampiões tristes e sós

E esse teu ar grave e sério
dum rosto e cantaria
que nos oculta o mistério
dessa luz bela e sombria

Ver-te assim abandonada
nesse timbre para sempre
nesse teu jeito fechado
de quem mói o sentimento

E é sempre a primeira vez
em cada regresso a casa
rever-te nessa altivez
de milhafre ferido na asa.

obviamente, de Chico Fininho