sexta-feira, junho 09, 2006

Porque eu reajo


Isto cá dentro deixa de ser assim, tranquilo.

Assim posso tudo, e num ápice, quero logo uma corrente quente nas veias, em turbilhão que volteia num rasgar de qualquer vazio, sem pensar ou quebrar, cuidadosamente, sem cuidado nenhum, chovem no chão de madeira pingos de cor, perdem-se lápis, sujam-se as mãos. Melhor assim.

Já são aromas, são sabores, é toque, são caprichos que valsam na música que constrói só em sentimento, não se traduz, não se submete a nenhum escrito, faz-se. São coisas que cá dentro fluem, até que mais não queira. Lá fora são passado, presente e futuro.

Sem medos que a mão não o permite.

Respiro fundo, fecho os olhos para te ver. Tu és a preto e branco e parece-me que sou a cores. Viva e silenciosa, não me sinto nua, descalça pelo corredor, em pontas dos pés, procuro a cama. Parece que nunca mais chegas. Mas chego. E depois, sou.